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Conceitos sobre os padrões alimentares de base vegetal

Muitos especialistas referem-se a “dieta de base vegetal” como um padrão alimentar em que a maioria ou a totalidade dos alimentos consumidos são de origem vegetal — como hortícolas, frutas, leguminosas, cereais integrais, frutos gordos e sementes. Ou seja, que dá prioridade aos alimentos vegetais, que devem constituir a base da alimentação diária.

A evidência científica considera, em geral, estas dietas particularmente diversas, tanto em termos de variedade alimentar como de possibilidades culinárias. Um bom exemplo disso é a dieta mediterrânica. Esta dieta, culturalmente bem aceite em Portugal, é fortemente assente em produtos vegetais — como vegetais frescos, leguminosas e cereais.

A dieta planetária, por sua vez, foi proposta pela EAT-Lancet Commission, e caracteriza-se por ser flexível, pois fornece orientações em forma de intervalos para diferentes grupos alimentares, e por promover não só a saúde humana como também a sustentabilidade ambiental. Esta dieta dá ainda mais ênfase a uma alimentação centrada em vegetais, em que cereais integrais, frutas, hortícolas, frutos oleaginosos e leguminosas representam a maior parte dos alimentos consumidos.

A diversidade das dietas de base vegetal reflete-se não só na grande quantidade de alimentos diferentes que podem ser incluídos, mas também na riqueza nutricional que proporcionam. Têm vindo a ser associados a benefícios claros para a saúde, como a redução do risco de doenças crónicas e a promoção do bem-estar geral.

Além disso, estas dietas tendem a ser mais sustentáveis do ponto de vista ambiental, uma razão adicional para o crescente reconhecimento da sua importância por parte da comunidade científica e das organizações de saúde pública.

E o vegetarianismo, o que é?

É um padrão alimentar de base vegetal que exclui o consumo de carne e que, na língua portuguesa, pode ou não incluir derivados de origem animal (p. ex: laticínios e ovos).

A alimentação que exclui produtos de origem animal (carne e derivados) pode ser saudável e é baseada numa grande variedade de alimentos de origem vegetal (complementada com fungos e leveduras, como é o caso dos cogumelos e da levedura nutricional), sendo também uma porta aberta para a experiência de novas texturas e sabores. Inúmeros pratos étnicos não têm qualquer produto de origem animal, e muitos pratos tradicionais e culturais podem ser adaptados para serem integralmente vegetarianos (inclusive os pratos típicos portugueses).

As autoridades de saúde recomendam a inclusão regular de pratos vegetarianos, mesmo para quem não segue uma dieta vegetariana. Esta orientação visa promover um maior equilíbrio nutricional – tendo em conta os padrões alimentares atuais – e contribuir para a sustentabilidade ambiental.

Existem várias sub-vertentes do conceito de vegetarianismo:

Ovolactovegetariano

Consome laticínios e ovos e exclui o consumo de carne.

Ovovegetariano

Consome ovos, mas não laticínios, e exclui o consumo de carne

Lactovegetariano

Consome laticínios, mas não ovos, e exclui o consumo de carne.

Vegetariano estrito ou integralmente vegetariano1

Não consome carne, ovos, laticínios, nem qualquer outro derivado de origem animal.

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O termo vegetariano é frequentemente simplificado em linguagem corrente quando se procura designar aqueles que são ovolactovegetarianos, ovovegetarianos ou lactovegetarianos, ou seja, alguém que se alimenta de cereais, hortícolas, leguminosas, frutas, sementes e frutos gordos, fungos, algas, entre outros, podendo consumir derivados de origem animal, nomeadamente laticínios, ovos ou mel. Um vegetariano não consome qualquer forma de carne, o que inclui frango, porco, vaca, peixe, marisco, insetos, entre outros. De notar que, por sua vez, o vegetariano estrito não consome carne, ovos, laticínios, nem qualquer outro derivado de origem animal.

O termo vegano (que se associa ao padrão alimentar integralmente vegetariano ou vegetariano estrito) é frequentemente usado para designar aqueles que não consomem qualquer produto de origem animal, seja carne ou derivados. Isto é, que se alimentam de cereais, hortícolas, leguminosas, frutas, sementes e frutos gordos, fungos, algas, entre outros, e excluem produtos de origem animal. Mas o conceito de veganismo associa-se a um estilo de vida e, por isso, vai para além da alimentação.

Têm surgido alguns novos termos mais abrangentes como o flexitarianismo, que se apresenta como um regime onde se inclui o consumo mais esporádico de carne ou pescado.

Sobre a História do Vegetarianismo

O vegetarianismo tem sido praticado por muitos indivíduos, povos e grupos ao longo dos séculos, e em muitas partes do mundo. Vejamos:

  • Antes de surgir a palavra “vegetariano”, o vegetarianismo era conhecido como regime vegetal ou regime pitagórico (segundo Pitágoras, o filósofo do séc. VI A.C.).
  • A palavra “vegetariano” começou a ser utilizada na Inglaterra em meados do século XIX, referindo-se a uma alimentação derivada exclusivamente de vegetais.
  • Em 1847 foi fundada a primeira sociedade vegetariana, a “Vegetarian Society”, no Reino Unido, que tem vindo a definir consistentemente o “vegetariano” como alguém que pode ou não consumir laticínios e ovos, sendo esta a compreensão que vigora predominantemente na sociedade atual.
  • A primeira Sociedade Vegetariana de Portugal (entretanto extinta) surgiu em 1911.

Como ter uma alimentação rica em vegetais?

Pode parecer desafiador no início, mas com os recursos e ferramentas certos, o processo torna-se mais simples e agradável.

Participar em desafios como o Veggie Challenge, uma app para smartphone com orientações e dicas úteis. Além disso, uma consulta de nutrição com um profissional pode ajudar a criar um plano alimentar equilibrado e personalizado para as tuas necessidades.

Recomendamos visitar a nossa página Dicas e Como Começar para obter orientações práticas e explorar a secção de Receitas, onde encontrarás ideias deliciosas e fáceis para incluir mais alimentos de origem vegetal no teu dia a dia.

  1. Frequentemente designado, em linguagem comum, como vegano, ainda que o veganismo descreva um estilo de vida que procura excluir não só o consumo de alimentos de origem animal (padrão alimentar estritamente vegetariano) como também todos os produtos de origem animal, como vestuário (peles, couro, lã, seda, camurça), acessórios e adornos (pérolas, plumas, penas, marfim, etc.), produtos testados em animais (produtos de cosmética, higiene e maquilhagem) e formas de entretenimento (touradas, circos e jardins zoológicos).

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