Quatro grandes hospitais portugueses oferecem mais opções de base vegetal, nos seus refeitórios abertos a equipas clínicas e visitantes gerais, no âmbito de um acordo entre a ProVeg Portugal e o ITAU – Instituto Técnico De Alimentação Humana. Esta iniciativa insere-se no programa Prato Sustentável.
Depois de duas unidades de saúde na zona de Lisboa, nomeadamente hospitais, terem assinado um acordo para disponibilizar mais refeições de base vegetal nas suas cafeterias/refeitórios, no final do ano passado, outros dois hospitais juntam-se à iniciativa, num programa pioneiro a nível nacional.
Este acordo prevê, entre outros, disponibilização de fichas técnicas e formação profissional às equipas de cozinha do ITAU, que operam nos hospitais abrangidos. O objetivo é sensibilizar os gestores, equipas e chefs dos refeitórios, médicos, outros profissionais de saúde e utentes para os impactos ambientais e na saúde das escolhas alimentares.
O programa nos hospitais é uma extensão do projeto Prato Sustentável da ProVeg Portugal, lançado em 2022. Só este ano, em apenas três meses, o programa já garantiu mais de 58.000 refeições de base vegetal em mais de 90 escolas.
Segundo a ProVeg Portugal, cada refeição de base vegetal reduz significativamente as emissões de carbono em comparação com uma refeição com proteína animal, demonstrando o papel fundamental do programa no combate às alterações climáticas.
Nova Iorque poupou dinheiro e o Reino Unido é encorajado a seguir o exemplo
Nova Iorque foi pioneira na ação junto de hospitais, tendo permitido, em 2022, que 11 dos seus hospitais públicos passassem a oferecer refeições de base vegetal como opção padrão.
Quando os hospitais nova-iorquinos passaram a oferecer refeições vegetais como padrão, registaram-se poupanças médias de 59 cêntimos por refeição vegetal em 2023.
Um relatório político publicado em março no Reino Unido, com o apoio de 25 organizações de saúde e sustentabilidade, estima que a transição dos hospitais públicos britânicos para refeições vegetais à base de alimentos integrais — como legumes, leguminosas e hortícolas — também poderia gerar poupanças significativas.
O relatório, intitulado Serving Up, indica que o Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS) serve aproximadamente 199 milhões de refeições por ano. Se 55% dos pacientes optassem por refeições de base vegetal, tal como em Nova Iorque, isso corresponderia a cerca de 119,4 milhões de refeições. A poupança estimada seria de 46 pence por refeição, o que resultaria num total de cerca de 54,9 milhões de libras por ano para o NHS, segundo os cálculos do Serving Up.
